Vamos que vamos!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Violência doméstica / Palpites e mais palpites!

Gente, vocês já foram paradas na rua por alguém jurando que seu filho está morrendo de frio, ou de calor??? Quando eu estava grávida, uma senhora me pegou pelo braço e me mandou ir pra casa porque alguém grávida de gêmeos pra nascer não poderia atravessar a rua!! Eu até tentei dizer a ela que era só um bebê, que eu estava de 7 meses, mas ela foi taxativa: são dois!! Aí tem dois bebês!! E vão nascer a qualquer hora dessas(oi?)! Eu não sabia se ria ou chorava!!

Hoje a confusão é outra. Lá em casa todo mundo é calorento, e sofremos muito nesse calorão (até parece mentira que eu nascí lá em cima, em Chistmas, capital de North Big River...). Então, meu Miguel, que é um gorduchinho, fica suado, chora, até que alguém deixe ele peladinho... E todas as vezes que eu saio com ele só de fraldinha, ou de fralda e regata, aparece as senhorinhas pra dizer que ele tá com frio, é batata. Eu fico fula da vida, mas outro dia eu fiquei com pena de uma na Camicado, ela chegou e perguntou se ele sentia frio. Eu disse que sim, mas só quando estava frio, o que não era o caso (estava fazendo "apenas" 30º C). Ela ficou me rodeando com uma cara de cólica, sofrendo mesmo. Veio de novo, e só quando eu mostrei como ele estava quentinho ela sossegou. Mas o problema é que eu estou me pegando "botando reparo" na vida dos outros, será que eu tô ficando véia, meu povo????

Aqui em São Paulo, segundo minha modesta e nem sempre certa opinião, o povo tem mania de frio. Pode estar o calor que for, sempre tem um filhote de meu Deus de moletom, de casaco, de gorro... E as crianças?? Todas de mangas compridas, calça, meia, tênis, e cobertor por cima... Ai, que dá uma pena!! As bochechinhas rubras, testinhas suadas, mas não pode "tomar friagem" pra não dar espinhela caída...

Agora eu tô ficando com menos ódio de quem palpita, porque quem palpita, se importa! As senhorinhas que palpitam geralmente são mães e avós, e querem que a gente faça tal qual elas fizeram, ou seja: se queriam o melhor para seus filhos, querem que as demais mães reproduzam esse comportamento, para elas o mais correto.
Depois que eu fui mãe fiquei palpiteira, mas tento me controlar muito, porque palpitar tem hora que ajuda e tem hora que passa do ponto. Mas tem uma coisa que é totalmente necessária a intervenção das pessoas, e essa causa eu comprei: não à violência, aos maus tratos, à humilhação . Criança não é diferente de nenhum outro ser humano quando se trata de sentimentos. Por acaso nós andamos por aí gritando com as pessoas e batendo em quem não cumpre à risca o que  mandamos?? Então porque fazemos isso com nossos filhos?? Eu sei que paciência tem limites, que criança ás vezes parece ter prazer em tirar a mãe e o pai do sério, mas peraí, quem tem 2 anos mesmo?? A criança! não a mãe, não o pai. Eu vejo na rua crianças serem humilhadas por gritos e insultos que eu garanto: ficarão como uma cicatriz profunda na alma dessas criaturinhas que só querem ser amadas. Para uma criança, a mãe é o centro do mundo, é a luz, é o amor maior. Eu não estou defendendo a falta de limites, por favor, não me interpretem mal. Eu dou palmadinhas nas mãozinhas da minha filha sim, mas estou me vigiando a cada dia. Coloco de castigo, converso, tento explicar... Procuro me colocar no lugar das crianças, e como enfermeira, preciso lembrar que muitas vezes a criança não têm desenvolvimento cognitivo, motor e neurológico pra fazer as atividades que um adulto executa (muitas vezes derrubando tudo, fazendo errado...). Já pensou, você lá no seu novo trabalho,ainda não pegou o serviço, aí você derruba um copo d'água e seu chefe vem de lá gritando feito doido: Seu burro, olha o que você fez! Tá com a mão mole??(e te dá uma tapa na frente de todo mundo). Pois bem, se você se sentiria humilhado, pense nisso na hora de reproduzir esse comportamento com seu filho.

Ele te ama, e é o grande amor da sua vida!!!

Um comentário:

Laura Lima disse...

Eu AMO as suas referencias quando escreve. Quase chorei de rir quando li "espinhela caida". Lembrou-me muito das coisas que minha vo dizia. Quando eu tentava virar os olhos para deixar o branco aparecendo, ela dizia "se bater um vento, voce fica assim para sempre". Quando ia a praia, ela falava "menina, deixe de ser afoita" e nao deixava eu comer antes de ir para o mar pq "OFENDE". Muito boas essas lembrancas. Por falar nisso, lembrei d'a gente tomando banho em Ponta Negra nos finais de semana. Lembra, Fe? Sua casa de praia era la e a gente se encontrava vez por outra na barraca do seu luis. Nossa, essa desencavei mesmo.. Esse foi o belissimo ano de 1990 - DUAS DECADAS ATRAS!!!!

Fora as brincadeiras (risadagem, como diz vovo), a coisa de violencia contra crianca eh serio mesmo. Especialmente por ser, via de regra, praticada por quem deveria protege-la e educa-la.